Havana

Dados Gerais
Capital de Cuba | |
População: | cerca de 2,3 milhões de habitantes |
Distância de Miami: | 367 km |
Cuba é um país carregado de história — e Havana é, sem dúvida, o coração pulsante dessa ilha. Para a maioria dos visitantes, a viagem começa por aqui. A capital resume bem o momento atual do país: um lugar onde o passado é onipresente, mas que também busca, aos poucos, se reinventar e caminhar rumo ao futuro. Essa dualidade fica ainda mais evidente nas ruas do charmoso centro histórico colonial (La Habana Vieja), sempre com a presença de turistas estrangeiros encantados com sua atmosfera única.

Apesar do grande número de visitantes, Havana é um destino imperdível. É verdade que você vai andar bastante, mas cada passo é uma experiência sensorial — tudo ao seu redor chama atenção. Dos carros antigos às ruas desgastadas, da beleza nostálgica à realidade difícil, Havana é cheia de contrastes. A cidade entrega exatamente aquela imagem que muitos fazem de Cuba antes de chegar aqui — e vai além. Esteja você de passagem ou ficando por mais tempo, Havana escancara o quanto Cuba parece distante do restante do mundo.
Como Vivenciar Havana
Caminhe Sem Pressa
Havana é um verdadeiro mergulho no passado — e o lugar ideal para começar essa imersão é em La Habana Vieja. O centro histórico é repleto de fortalezas coloniais, construções antigas e ruas que parecem ter parado no tempo. Por ali, você vai ver prédios caindo aos pedaços, vizinhos conversando nas calçadas, crianças jogando futebol entre buracos no asfalto... é o cotidiano cubano em sua forma mais autêntica.
A Calle Obispo, uma das ruas mais movimentadas e turísticas da região, é parada obrigatória. Nela, você encontra bares icônicos como o La Floridita, lojinhas de charuto, souvenirs, comidinhas de rua e até caixas eletrônicos.
Outro passeio imperdível é caminhar pelo Malecón, o famoso calçadão à beira-mar. No fim do dia, é lá que os cubanos se reúnem com amigos e família — tem música, dança, conversas animadas e, claro, aquela cervejinha na rua. No início de agosto, o local se transforma com o animado Carnaval de Havana, mas em qualquer época do ano o clima por lá é vibrante. E o melhor: apesar da popularidade de Cuba, o Malecón continua sendo um reduto mais frequentado pelos locais do que por turistas. Quer sentir o verdadeiro espírito cubano? Vá para lá.

Visite Pontos Essenciais
Para quem ama história, Havana é um destino essencial. A cidade ainda preserva muito da sua aparência dos anos 1950, e oferece uma variedade de museus, edifícios e monumentos que revelam tanto o passado quanto a essência atual da capital cubana.
Um dos destaques é o Museu da Revolução, que funcionava como palácio presidencial até a chegada de Fidel Castro a Havana — ele transformou o prédio em um museu! Como era de se esperar, grande parte da exposição é dedicada à Revolução desde a década de 1950.
Outro ponto imperdível é El Capitolio, um edifício que lembra muito o Capitólio dos Estados Unidos, em Washington, D.C. Antes da revolução, era a sede do governo cubano. Hoje abriga a Academia de Ciências, mas continua sendo um dos marcos arquitetônicos mais importantes da cidade.
Outros lugares que merecem sua visita incluem o Gran Teatro de La Habana, a Plaza Vieja e a Plaza de Armas.

Curiosidades
Havana é o coração pulsante de Cuba — e um prato cheio para quem quer aproveitar o melhor do país. Dizem que não existe outro lugar no mundo onde se sirvam tantos mojitos por dia quanto aqui. E o berço desse clássico drinque caribenho é o famoso bar La Bodeguita del Medio. Pequeno, apertado e cheio de charme, o lugar transborda autenticidade cubana. Já recebeu personalidades como o escritor Ernest Hemingway e até o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Outro ícone de Havana — e de Cuba como um todo — são os carros antigos. Eles não estão apenas em exposições ou áreas turísticas: circulam por toda parte! Alguns estão impecavelmente restaurados, outros parecem quase desmontando, mas isso não impede que você embarque em um desses clássicos americanos, seja num tour ou como táxi. É uma forma divertida (e nostálgica) de explorar a cidade.

Aproveite sem moderação
Havana é, sem dúvida, o melhor lugar de Cuba para curtir a vida noturna. A cidade oferece diversas opções para comer, beber e, claro, dançar. No bairro de Vedado você encontra desde baladas sofisticadas até bares alternativos e espaços ao ar livre. Um dos queridinhos é o Club 1830, famoso por suas noites animadas.
Já em La Habana Vieja, não faltam bares e casas de música com aquele clima típico cubano. Um clássico é o El Floridita — o tradicional bar de coquetéis que costuma estar no roteiro de muitos passeios organizados.
Um pouco mais afastado, no bairro de Miramar, o Café Jazz Miramar é uma ótima pedida para quem curte jazz de qualidade, ambiente moderno e preços justos — um respiro contemporâneo na noite habanera.
A gastronomia na cidade também é cheia de contrastes. Dá para comer bem gastando pouco em um restaurante simples no Havana Central ou se deliciar em restaurantes refinados que mostram o melhor da cozinha cubana.

Onde se hospedar em Havana
Havana concentra a maior variedade de hospedagens de toda Cuba. A cidade oferece desde hotéis 5 estrelas recém-inaugurados até construções históricas — como o icônico Hotel Nacional. Além disso, há mais de mil Guesthouses (as chamadas casas particulares), administradas por famílias cubanas.
Essas hospedagens são, em geral, mais simples que os hotéis de luxo, mas proporcionam uma experiência muito mais autêntica para quem quer se conectar com os locais e entender de perto o estilo de vida cubano. Uma boa dica para quem busca esse tipo de acomodação é o site Havana Boutique Hotels, especializado em reservas de casas particulares administradas por famílias locais.

Passeios e experiências em Havana
Para te ajudar a explorar essa cidade única de forma autêntica, nosso time local da Cuban Adventures reuniu uma seleção especial de passeios por Havana. Estamos sempre desenvolvendo novos roteiros e experiências, acompanhando as transformações que acontecem tanto na capital quanto na sociedade cubana.
Zonas de Havana
A cidade é dividida em várias zonas com características bem distintas — entender essas regiões é o primeiro passo para se aprofundar nos encantos de Havana. As áreas que mais despertam o interesse dos visitantes são:
- Havana Velha : o centro histórico colonial, onde tudo começou.
- Vedado : desde o início do século XX, é a região mais moderna, com centros comerciais, hotéis e moradia da elite cubana.
- Havana Central : fica entre Havana Velha e Vedado, com um charme mais popular e vistas para o Atlântico ao norte.
Havana Velha

Havana Velha (ou Habana Vieja, como dizem os locais) é a região mais visitada por quem chega à capital cubana. Grande parte de seus prédios tem mais de 100 anos, e muitos remontam ao século XVIII, época em que a cidade passava por um de seus períodos de maior crescimento. Estima-se que existam mais de 900 construções de valor histórico por ali, exibindo uma impressionante variedade de estilos arquitetônicos — do barroco ao art déco.
Na era colonial, essa parte da cidade era cercada por uma muralha com 1,5 metro de espessura e 10 metros de altura, construída com mão de obra escravizada vinda da África. Ela servia para proteger a população dos frequentes ataques de piratas, alguns patrocinados por potências rivais como Inglaterra e Holanda. Hoje restam apenas alguns trechos dessa muralha histórica — um deles está próximo à delegacia, descendo da escadaria do Capitólio em direção à Havana Velha; outros trechos mais bem preservados ficam perto da estação central de trem, no extremo sudeste da região.
Atualmente, a parte antiga da cidade pulsa com vida. É um polo turístico, sim, mas também abriga cerca de 70 mil moradores locais. Por isso, basta sair um pouco das ruas mais visitadas, como a Obispo ou a Mercaderes, para encontrar uma Havana mais autêntica, onde a vida segue seu ritmo cotidiano. As ruas são estreitas, os prédios geralmente têm três andares e o trânsito de carros é quase inexistente — o que reina por lá são os pedestres e os táxis de bicicleta. E é justamente essa atmosfera que torna explorar Havana Velha a pé uma experiência tão especial: você nunca sabe o que vai encontrar na próxima esquina — encontros curiosos, histórias inesperadas e uma imersão genuína na alma cubana.
O fato de tantos moradores locais ainda viverem em uma das áreas mais turísticas e centrais de Havana é resultado direto de um trabalho inteligente e bem estruturado de restauração urbana. Esse esforço é liderado por uma organização chamada Habaguanex, que atua com certa autonomia dentro de uma zona especial da cidade, seguindo regras próprias dentro do contexto cubano.
Durante muitos anos, essa iniciativa foi comandada por Eusebio Leal, uma das figuras mais respeitadas dentro de Cuba. Sua visão — compartilhada por toda a equipe — sempre foi clara: restaurar os edifícios mais antigos e importantes de Havana Velha sem expulsar a população local. A proposta é preservar o patrimônio histórico sem transformar a área em um cenário artificial apenas para turistas.
Trata-se de um projeto complexo. Em muitos casos, é necessário realocar temporariamente moradores de predios inteiros para habitações provisórias, permitindo a reforma completa dos prédios em que vivem. Se você se afastar das ruas mais turísticas, talvez veja algumas dessas construções temporárias — geralmente brancas, com um visual moderno que contrasta com a arquitetura tradicional ao redor.
Essa combinação entre restauração e permanência da vida local é o que torna Havana Velha tão viva e autêntica — uma cidade que não apenas mostra sua história, mas que a vive no dia a dia.
Talvez o mais impressionante de todo o processo de restauração de Havana Velha seja a forma como ele é financiado. O dinheiro necessário para recuperar os prédios históricos vem, em grande parte, dos impostos pagos por comércios locais — muitos deles diretamente ligados ao turismo. Esses recursos não só sustentam as obras de restauração, como também ajudam a financiar escolas, centros de atendimento a idosos e outros serviços comunitários na mesma região.
Ou seja, o que os turistas gastam ali retorna para a própria comunidade, criando um ciclo sustentável que mantém a cidade viva, preservada e funcional. E mais: como os moradores locais não foram massivamente removidos da área, esse desenvolvimento respeita a dinâmica social do bairro e beneficia diretamente quem vive ali.
Muitos cubanos reconhecem esse modelo como uma exceção positiva dentro do contexto do país, geralmente marcado por escassez de recursos, ineficiência administrativa, corrupção e falta de manutenção.
Nosso walking tour por Havana Velha é uma excelente forma de vivenciar tudo isso de perto. Em um passeio de cerca de 3 horas, você vai passar por quatro das praças mais emblemáticas da cidade — Plaza de la Catedral, Plaza de Armas, Plaza de San Francisco e Plaza Vieja — além de conhecer edifícios históricos cheios de histórias e significados ao longo do caminho.
Havana Central

Espremido entre Havana Velha e o bairro de Vedado, está o Havana Central — ou Centro Habana, como dizem por lá. Esse é, provavelmente, o bairro onde você vai sentir Cuba em sua forma mais intensa. O estilo lembra bastante o de Havana Velha: prédios antigos, ruas estreitas e muita história. A diferença é que aqui há menos glamour, menos turistas e muito mais vida real.
Para muitos visitantes, essa é a Havana mais autêntica — crua, vibrante e cheia de contrastes. As construções estão envelhecidas, algumas em ruínas, mas continuam habitadas por cubanos que vivem ali porque aquele é o seu lar, e não uma vitrine para turistas. Você verá crianças indo para a escola, vizinhos conversando nas calçadas, gente indo e vindo do trabalho — cenas do cotidiano que revelam a verdadeira alma da cidade.
E atenção ao atravessar as ruas: os carros americanos antigos, marca registrada de Cuba, também são usados como transporte público coletivo, conhecidos como máquinas, almendrones ou boteros. Muitos deles cruzam Havana Central diariamente em rotas fixas que ligam Havana Velha a bairros mais distantes como Vedado, Miramar, Marianao e La Ceguera.
Independentemente de onde você esteja no bairro, o Malecón — o calçadão à beira-mar de Havana — está sempre por perto. Basta descer uma das ruas que cortam o bairro para chegar até lá. É o que muitos moradores fazem todos os dias ou aos finais de semana: vão para o mar para tomar um ar fresco, se encontrar com amigos, namorar ou simplesmente escapar das moradias apertadas em que muitos vivem.
Seguindo do Malecón em direção ao sul, já próximo a Havana Velha e atrás do Capitólio, está o Bairro Chinês de Havana (Barrio Chino). Os primeiros chineses chegaram a Cuba entre o final do século XIX e início do século XX como trabalhadores assalariados, após o fim da escravidão africana. A maioria deixou o país após a Revolução de 1959, e hoje são poucos os descendentes visíveis. Ainda assim, o bairro mantém sua identidade e é um ótimo lugar para comer bem gastando pouco — com alguns dos restaurantes mais acessíveis da cidade.
Na divisa entre Havana Velha e Havana Central, está o El Prado, um elegante boulevard arborizado que vai da baía até o Parque Central, passando pelo Capitólio. No passado, era aqui que os ricos desfilavam em charretes aos domingos, em um ritual social. Hoje, o charme continua: crianças brincam sob as árvores, artistas se apresentam e a vida acontece entre prédios emblemáticos como uma escola de balé, um centro cultural basco, o “palácio” de casamentos e o histórico Hotel Sevilla — que, dizem, já foi administrado pela máfia.
No extremo de Havana Central, já fazendo fronteira com Vedado, está o bairro de Cayo Hueso — imortalizado nas músicas do premiado grupo cubano de hip hop/rap Los Orishas, ganhador de dois Grammys. Tradicionalmente mais humilde que os bairros vizinhos, Cayo Hueso tem uma forte presença da população cubana de ascendência africana, e é justamente ali onde essa herança cultural se revela de forma mais intensa.
É nesse pedaço vibrante de Havana que você encontra o Palacio de la Rumba, considerado o melhor espaço para curtir música afro-cubana ao vivo. O local fica de frente para o Parque de Trillo e, bem perto dali, está o famoso Callejón de Hamel, um beco colorido e cheio de arte, onde todo domingo ao meio-dia acontecem apresentações de rumba com dança e percussão ao vivo. É nesse cenário que oferecemos um tour guiado com um morador local especialista em religiões afro-cubanas. Essas religiões, com diferentes níveis de sincretismo, fazem parte do tecido cultural cubano. Seus elementos estão presentes no cotidiano, seja em palavras de origem africana incorporadas ao espanhol falado em Cuba, seja na forma particular com que muitos cubanos praticam o catolicismo. Estima-se que cerca de 1 em cada 10 cubanos siga alguma das vertentes dessas religiões afrodescendentes.
Havana Central também se destacou nos últimos anos pela gastronomia. Algumas das paladares (restaurantes privados) mais renomadas da ilha estão ali — tanto é que nomes como Barack Obama e Beyoncé escolheram o bairro para suas refeições durante visitas ao país. Entre os destaques estão o icônico La Guarida, o San Cristóbal e o criativo Miglis.
A região abriga ainda uma das casas de música mais famosas de Cuba: a Casa de la Música de Centro Havana (a outra fica em Vedado), parada obrigatória para quem quer experimentar a noite cubana com muito ritmo e energia.
Estar em Havana Central significa estar a poucos passos tanto de Havana Velha quanto de Vedado e do Malecón. É, sem dúvida, uma localização estratégica para se hospedar, especialmente se a ideia for explorar Havana por completo e vivenciar uma versão mais intensa e genuína da cidade.
Vedado

Frequentemente chamado de "Nova Havana", o bairro Vedado ganhou esse apelido por ter se desenvolvido mais recentemente em comparação com Havana Velha e Havana Central. Durante a primeira metade do século XX, tornou-se o principal centro comercial e empresarial da capital. Ainda assim, Vedado também carrega o peso do tempo: quase todos os seus edifícios foram construídos antes de 1960 e, como muitos não passaram por manutenção adequada, o bairro exibe hoje um visual decadente e nostálgico — que, ao invés de afastar, convida o visitante a imaginar como era a vida em uma Cuba de outras eras.
Apesar de Havana Velha ser o ponto turístico mais procurado, Vedado merece espaço no seu roteiro. Foi aqui que a máfia norte-americana investiu pesado nos anos 1950, construindo cassinos e hotéis como o Hotel Riviera e o agora renovado Hotel Capri. Mas o verdadeiro ícone da região é o imponente Hotel Nacional, uma construção palaciana no alto da “Calle 23”, a avenida principal do bairro. Do jardim do hotel — onde um mojito cai muito bem — é possível contemplar uma vista espetacular: o Malecón se estendendo até Havana Velha, o porto, as fortalezas coloniais do outro lado da baía e, ao longe, o mar que separa Cuba da Flórida, a apenas 145 km de distância.
Vedado lembra os bairros abastados dos EUA nos anos 1950. Pelas ruas, circulam os clássicos Chevrolets e Pontiacs da época, enquanto antigos cinemas, teatros e mansões com colunas gregas e romanas compõem a paisagem. Muitas dessas casas ainda conservam jardins e varandas amplas, dando ao bairro um charme residencial único.
Entre os pontos de interesse em Vedado, destacam-se:
- O monumental Cemitério Colón
- A simbólica Praça da Revolução
- A tradicional sorveteria Coppelia
- O Parque John Lennon
- O prédio do Consulado Americano, em frente à “Plaza de la Dignidad” (conhecida por manifestações políticas)
- O imponente Hotel Habana Libre, antigo Hilton antes da Revolução
Vedado também é uma excelente região para se hospedar. Suas casas particulares (hospedagens familiares cubanas) costumam ter quartos mais amplos, bem ventilados e com mais privacidade do que as localizadas em bairros mais densos como Havana Central e Havana Velha. Além disso, o bairro oferece boas opções de bares, restaurantes e casas de música — com destaque para alguns bares de jazz com apresentações ao vivo.
Para quem busca mais espaço, tranquilidade e quer fugir um pouco das áreas mais turísticas, Vedado é uma alternativa ideal — e fica a apenas 10 minutos de táxi de Havana Velha, seguindo pelo Malecón.